Cultura Viva e as linguagens artísticas

Por Alexandre Lucas* O Cultura Viva, principal política pública de promoção da cidadania cultural é retomado, após o processo de descontinuidade nos governos Temer e Bolsonaro. Iniciada em 2004 e se tornado Política de Estado em 2014, o Cultura Viva tem caráter revolucionário, enquanto inovação conceitual da política pública, no que concerne a sua perspectiva de entrelaçamento entre as diversas áreas do conhecimento, sua capilaridade de transversalidade e reconhecimento da diversidade e pluralidade estética, identitária, econômica, social e política do país. Ao mesmo tempo que impulsionou e impulsiona a cadeia da economia da cultura, representando descentralização de recursos públicos, fortalecimento econômico e político dos territórios e potencialização a luta pelo direito à cidade. Enquanto movimento político, a partir das suas redes de articulação latino-americano, o Cultura Viva vem se consolidando na defesa de uma outra cultura política de sociedade baseada na socialização da solidariedade, democratização da economia e emancipação humana. O arcabouço teórico e político tanto, da Política Pública como do movimento Cultura Viva apontam para radicalização da democracia cultural, considerando a limitações do Estado e a dimensão da utopia da sociedade civil. Esse é um demarcador do Cultura Viva, o que o diferencia das demais políticas públicas para cultura. Ou seja, o Cultura Viva não pode ser concebida como mais uma política de editais, mais uma forma de repasse de recursos públicos para a sociedade. Não é uma política de fomento para “projetos”, mas para a construção de uma novo tipo de sociedade. O debate sobre Cultura Viva e a acessibilidade artística é urgente, necessário e central para defesa da democracia e cidadania cultural. Inevitavelmente temos duas questões evidentes: compreender e se apropriar do conceito do Cultura Viva e a outra é refletir sobre a produção e circulação das artes no capitalismo: A quem se destina e para que serve? As linguagens artísticas historicamente foram excluídas do cotidiano das camadas populares, em especial, as chamadas produções eruditas, que estão intimamente ligadas ao próprio acesso ao conhecimento científico, tecnológico, filosófico e estético, consequentemente a uma elite econômica e intelectual. A história das sociedades divididas em classes sociais distintas apresentam uma estratificação social do acesso a produção simbólica. Predominante é destinado a classe trabalhadora uma produção simbólica a serviço do mercado, da dominação, da alienação e manutenção da classe dominante no poder. No capitalismo o acesso às artes é atestado de privilégio, prestígio e dinheiro. O Cultura Viva transita numa lógica inversa ao do mercado das artes. As linguagens artísticas no Cultura Viva devem constituir em instrumentos de humanização. O acesso as artes devem compor o repertório de defesa dos direitos humanos e de emancipação. A socialização das artes devem permear a mesma luta pela socialização da sociedade e essa é a centralidade política, comunal e revolucionária do Cultura Viva. *Pedagogo e integrante do Coletivo Camaradas

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Crato: Frente ampla com caráter progressista

Foto: No Cariri Tem Por Alexandre Lucas* As eleições no Crato não estão dissociadas das conjuntura nacional.O processo eleitoral de 2024 tem importância fundamental para acumulação das forças progressistas e democráticas no país, que terá incidência nos governos estaduais e federal. A vitória do governo Lula ainda não foi consolidada, enfrenta desafios no âmbito do congresso nacional representando por um perfil conservador e reacionário. As forças aliadas ao fascismo, bolsonarismo e ao oportunismo estão vivas, articuladas e em plena campanha eleitoral para o próximo ano. Além do campo institucional e parlamentar, essas forças que desmontaram o projeto democrático do país, se articulam a partir das próprias estruturas democrática para ampliar as suas bases, sejam participando dos conselhos de controle e participação social, como das instâncias de participação popular como as conferências setoriais ou suas articulações recentes para a disputa dos conselhos tutelares. A comunicação fake , alinhada a pauta do retrocesso continua a todo vapor, tanto a partir dos veículos tradicionais de comunicação, como na disseminação sem controle de informações distorcidas e mentirosas nas plataformas digitais, redes sociais, espaços de conversação e de doutrinação. O êxito do governo Lula e a sua guinada para avançar nas conquistas sociais e no reposionamento político da classe trabalhadora passa pela correlação de forças políticas e ampliação das vozes comprometidas com um projeto nacional desenvolvimentista e popular. Neste sentido, as eleições são centrais para reconstrução do país. No Crato, o Governo do PT, apresenta alguns avanços, mas é marcada por contradições. Os investimentos nas áreas sociais ainda são insuficientes e os equipamentos públicos apresentam estruturas sucateadas. O planejamento urbano é marcado pela lógica do asfalto e carece de um olhar macro e dos impactos ambientais. A participação dos movimentos sociais ainda é limitada e o próprio PT tem sua voz reduzida no governo.Entretanto, esse governo tem assumindo pautas importantes e diálogos necessários em defesa da democracia. É preciso avançar muito mais e consolidar as conquistas do atual governo e criar as condições efetivas para desenvolvimento econômico, social, redução dos impactos ambientais, promoção da cidadania cultural e participação popular. Essa não é uma tarefa fácil e exige, o entendimento da necessidade de unidade política em torno de um projeto comprometido com o campo democrático e que tenha as condições eleitorais de vitória. Além da Frente Brasil Esperança composta pelo PT, PV e PCdoB, se faz necessário ampliar a composição com o PDT, PSB e PSOL e demais forças da base de sustentação do atual governo. Qualquer rachar do campo democrático, viabiliza a vitória da direita no Município. O momento é de diálogo e engenharia social para garantir a unidade de uma frente ampla de caráter progressista que congregue os partidos e os movimentos sociais. *Pedagogo e integrante do Coletivo Camaradas

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Coletivo Camaradas realiza reunião nesta segunda-feira (16) com pontos de cultura do Crato

O Coletivo Camaradas realizará, na tarde desta segunda-feira (16), reunião com diversos pontos de cultura da cidade de Crato, para tratar de estratégias e ações para o ano de 2023. O encontro acontece na sede do coletivo, localizado no Gesso, às 14 horas. Com a aprovação do projeto “Agitprop – Cultura Viva Crato” em edital da Secretaria de Cultura do Estado do Ceará, o Coletivo busca agora reunir os pontos de cultura para juntos criarem uma rede municipal do Cultura Viva com a articulação, visibilização e desenvolvimento de ações. Através da realização de seminários, lives, rodas de conversa, feiras, apresentações artísticas e uma comunicação ativa, o projeto visa discutir a cultura de base comunitária e garantir o direito fundamental à cidade. Atualmente, a cidade do Crato possui 37 pontos de cultura, sendo destes 31 certificados pelo próprio município e 6 certificados pelo estado. Estes pontos representam diversas localidades e bairros, por isso a sua integração e interlocução é importante e garantirá uma base comunitária plural e humanamente diversa, organizada por meio de parcerias e trocas de saberes e fazeres. O projeto “Agitprop – Cultura Viva Crato” é uma forma de atuação política, democratizando processos estéticos, artísticos, literários e culturais.

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Pontos de Cultura realizarão encontro no Crato

A Comissão Cearense do Cultura Viva realizará nesta terça-feira, 19, às 14h, na Escola Profissionalizante Violeta Arraes, o Encontro dos Pontos de Cultura do Crato. O objetivo do encontro é discurtir sobre atuação da rede municipal do Cultura Viva e a participação no V Fórum Cultura Viva Ceará que acontecerá nos dias 23 e 24 de julho, na capital cearense. O Crato tem 31 pontos reconhecidos pelo Município e 06 pelo Estado do Ceará. A Lei nº 3.779/2021 que institui a Política Municipal Cultura Viva do Crato é baseada na lei estadual elaborada com a contribuição da Comissão Cearense do Cultura Viva. O Cultura Viva foi criado no Brasil, em 2004, nos governos Lula e Dilma e é considerada uma politica revolucionária no campo da cultura pelo seu caráter de transversalidade e reconhecimento dos movimentos sociais de cultura. A expectativa dos Pontos de Cultura do Crato é a consolidação da Lei no Município com a realização de editais que proporcionarão o repasse de recursos financeiros para o fomento e a manutenção das ações e dos espaços dos grupos. O V Fórum Cultura Viva Ceará deverá reunir organizações culturais dos municípios cearenses que atuam em varias áreas das culturas e das artes. O fórum deverá discutir questões como atuação dos Pontos de Cultura na América Latina, Brasil e Ceará e as estratégias do movimento no campo das atuação políticas e a posição para as eleições de 2022. No Governo Bolsonaro a Política Pública do Cuitura Viva foi sucateada e deste o início da sua gestão não foi relaizado nenhum edital.

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Revisão do Plano Diretor do Crato: Um momento oportuno para cultura

A revisão do Plano Diretor do Crato/CE, fruto de uma exigência legal prevista no Estatuto da Cidades é um momento oportuno de juntar olhares, evidenciar as feridas urbanas, fraturas de acessibilidade social,  perceber o crescimento desigual do capital e o desordenamento urbano, redescobrir  e planejar cidade a partir de quem ocupa o seu solo. É um momento oportuno também para colocar a cultura na centralidade do seu aspecto transversal e como parte inseparável do acesso a uma cidade com redução de impactos ambientais, promotora da saúde preventiva e impulsionadora da antropofagia cultural na sua dimensão plural, diversificada, universal e civilizatória.

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