Sol em Gêmeos: A balança da fala e da escuta 

No dia 20 de maio, o astro solar entrou no primeiro signo mutável do Zodíaco: Gêmeos. Um signo cercado de estereótipos, lendas, termos — e muita falação. Não é à toa que é regido por Mercúrio, o planeta da comunicação. Se o seu Mercúrio está em Gêmeos, ele se sente em casa. Em domicílio. Porque, de fato, está.

Mas onde está o lar de Gêmeos aqui, na vida material?

Enquanto muita gente se atrapalha com pessoas desse signo, preciso admitir: eu adoro Gêmeos.
E não só porque ele compõe quase metade do meu mapa astral, mas porque foi estudando Gêmeos que compreendi algo essencial: uma pessoa com voz é uma pessoa poderosa.
Uma mulher com voz não apenas tem poder — ela rompe limites que historicamente tentaram silenciá-la.

A mente geminiana é acelerada, criativa, inquieta. O desafio? Ela nem sempre conclui o que começa — seja um projeto, uma ideia, ou até um pensamento. É por isso que insisto na importância de conhecer o próprio mapa astral. Todos temos todos os signos em algum lugar do mapa. Ter o Sol em Gêmeos, por exemplo, não significa que você será o estereótipo do geminiano. Afinal, o ascendente será outro signo, os planetas pessoais também — e todos eles influenciam sua vida de jeitos muito distintos.

Quem tem o Sol em Gêmeos costuma ser comunicativo, versátil. Mas há também os que falam pouco — e pensam demais. Nessas mentes, os pensamentos surgem em fragmentos, como se o raciocínio se costurasse aos pedaços.

Gêmeos, para mim, representa algo maior: nossa urgência de compreender, responder, controlar.
Vivemos em um mundo que não nos permite esperar, duvidar, nem simplesmente… não saber.

E é justamente por isso que, a cada retorno do Sol a um signo, mais do que prever comportamentos repetitivos, acredito que o essencial é revisar o olhar que lançamos sobre nossos hábitos.
Todos temos Gêmeos ativado em algum ponto do mapa — e da vida. E todos, em alguma medida, carregamos pressa: na fala, no pensamento, no afeto, no modo de amar ou de se rebelar. Na forma como ocupamos o mundo.

Quando aceleramos demais os pensamentos e as emoções, é como se tentássemos ultrapassar os planos da vida. E ela, implacável, nos faz sentir o impacto.
Porque o que a vida quer, no fim, é simples: que a gente viva um dia de cada vez.

Foi compreendendo Gêmeos que comecei a aceitar partes de mim que antes julgava problemáticas — ou me ensinaram que eram.
Ai de mim, se não fosse a astrologia e o esotérico para me mostrarem minha singularidade no universo.

Gêmeos atua fortemente em mim nas relações sociais e afetivas. Eu tenho urgências.
Urgência de dizer o que sinto. De explicar o que penso. De deixar claro que gosto — disso, daquilo, de alguém.

Vejo em mim todas as linguagens do amor que costumam ser discutidas por aí, mas a comunicação, para mim, é quase fisiológica. É como respirar.
E claro, isso também é um problema. Porque o outro fala o que quiser — e como dói em mim esse não-controle.

Esse é o lado sombra de Gêmeos em mim: não suporto a ideia de que o outro não comunique como eu comunico.

Mas não me julgue por isso. Todos nós projetamos no outro aquilo que gostaríamos que ele fosse — e ele, quase sempre, não será.
Mesmo assim, com essa sombra, carrego também a luz: a capacidade de expor o que há de mais verdadeiro em mim.

Nem todo mundo encara os próprios traços problemáticos. E eu me encaro.
Escolho me ver por inteiro. Mesmo nos pontos em que preferia não olhar.

No meio de tanta pressa, tanta fala sem profundidade, essa temporada geminiana nos convida a escutar o poder da palavra — mas também o que existe sob ela.
Cada temporada do Zodíaco prepara a próxima. Quando o Sol estava em Touro, aprendemos sobre pausa, descanso e prazer nos detalhes. Um signo de terra que ensina a construir aos poucos, com calma, passo a passo.

Agora, com Gêmeos à frente, é hora de movimentar. De colocar ideias em prática, de falar, de agir.
De dizer o que importa, mesmo quando é difícil — mesmo quando é íntimo demais.

Se ouvirmos Gêmeos com atenção, quando o Sol entrar em Câncer, seremos acolhidos pelas emoções que surgem quando damos vazão àquilo que faz a alma vibrar.

E assim seguimos, signo a signo, até o Réveillon astrológico nos trazer uma nova chance de recomeçar.

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