Há algo na lua cheia que desperta tudo o que está à flor da pele: emoções reprimidas, desejos esquecidos, intuições profundas. Nada escapa ao olhar dessa luz cheia de mistério. Você já parou para se perguntar o quanto realmente conhece suas emoções? E o quanto elas impactam seu corpo, sua mente, seu espírito?
A astrologia nos oferece um astro totalmente dedicado ao campo dos sentimentos — a Lua. É por meio dela que compreendemos nossas emoções, memórias, vínculos e necessidades mais íntimas.
Desde que me conheço por gente, sou deslumbrada pela Lua — especialmente a lua em quarto crescente. Aquela coisinha iluminada, fininha, desenhada no céu em formato de “C”. Olhar para o céu sempre me trouxe uma sensação de esperança. Um sentimento de alinhamento. De que tudo tem um propósito. E quem vai dizer que não tem?
Quando iniciei meus estudos sobre astrologia, fiquei fascinada em entender como cada astro atua em nossa vida. E, à medida que me aprofundava, percebi o quanto esse saber milenar foi reduzido por estereótipos e desinformações. Mas também percebi outra coisa: tudo aquilo que sempre me atraiu na natureza e na sutileza do cotidiano tinha um sentido — e estava conectado.
Quando eu olhava para a Lua e sentia, lá no fundo do meu inconsciente, uma vontade imensa de me conectar a ela, entendi o tamanho do caminho que teria que trilhar. Um caminho de autoconhecimento, de escuta interna, de conexão com um saber tão antigo quanto a própria humanidade.
Todas as fases da Lua estão interligadas, ao mesmo tempo que atuam de formas distintas:
- Lua Nova – Momento de renascimento e introspecção
- Lua Crescente – Momento de dedicação e impulso
- Lua Cheia – Afloramento de todos os sentidos / O ápice das emoções
- Lua Minguante – Fase de recolhimento e meditação
Nenhuma fase acontece sem a outra. Todas precisam dos seus próprios acontecimentos para fazer com que a próxima tenha sentido — assim como tudo na vida. A Lua Cheia tem um magnetismo que atrai todos os olhares, independente de você ser ou não um estudioso da área ou apenas curioso.
No dia 12 de abril de 2025, às 21h21, aconteceu a primeira Lua Cheia do ano astrológico, no signo de Libra. Este signo é regido por Vênus, planeta que esteve retrógrado durante um mês e meio.
Para entender melhor a retrogradação de Vênus, você pode acessar a coluna que explica o tema: https://newscast.com.br/venus-retrograda-uma-astrologia-das-emocoes/
Durante sua retrogradação, Vênus abordou principalmente temas emocionais, vínculos, conexões, afetos, paixões — mas, em especial, nosso reflexo por nós mesmos. Ao chegar ao seu ápice no dia 12, a Lua não só estava cheia: nesse mesmo dia, Vênus ficou direta, deixando para trás todo o caos emocional que nos causou durante esse período.
Essa fase da lua veio para trazer à tona tudo que ficou guardado, garantindo que você mesma não ignorasse tudo o que sente, tudo o que é necessidade, tudo o que faz teu coração pulsar.
A primeira lua cheia do ano astrológico veio carregada de muitas reflexões, reviravoltas, redirecionamentos — mas, principalmente, veio para lembrar que você não pode ignorar o que atravessa o seu peito. Não pode ignorar o que faz tua alma vibrar. Não pode ignorar que toda conta, uma hora, chega.
Quando a minha conta chegou, me perguntei várias vezes se daria conta dela, se sustentaria todos os sentimentos que os redirecionamentos me fizeram sentir. Mas a verdade é que nada é tão firme assim. O mesmo plano que se firma agora pode se desfazer no próximo Sol em Peixes, que é daqui a um ano. O mesmo plano que parecia sólido pode se mostrar frágil demais, se desfazer — e aí você se pergunta: E agora?
É preciso ter cuidado com a beleza da lua cheia, porque ela não ignora os sentimentos que nós mesmos insistimos em ignorar. E se você os guarda com intensidade, é com essa mesma intensidade que eles virão à tona. E dói.
Se você está acostumado a demonstrar suas emoções, provavelmente irá sentir um êxtase ainda maior. Uma sensação de que nunca acaba, de que sempre tem mais aqui dentro para ser mostrado.
A Lua Cheia é a fase dos intensos, porque ela é a prova de que está tudo bem ser como somos. Está tudo bem que as pessoas tenham fases diferentes. Cada fase lunar revela um lado nosso que talvez nem estejamos tão acostumados a ver — fases com as quais nos identificamos mais, e outras que podem até nos fazer sentir medo de nós mesmos.
Não à toa, após a fase cheia vem a minguante — um momento de reflexão, isolamento, individualidade, de olhar para si com carinho, sem julgamentos. Logo depois, vem a fase nova, nos oferecendo recomeços e possibilidades de tentar novamente, de reorganizar planos, para que possam ser colocados em prática na fase crescente. E aí, a Lua Cheia retorna, nos dando a resposta: isso é ou não é para você?
Na rotina tão cansativa que a vida humana impõe, às vezes parece impossível dar atenção aos próprios sentimentos. Não somos uma sociedade educada para desenvolver inteligência emocional, infelizmente. Mas aquele sinal que a gente pede, de vez em quando, ao universo — independente da religião —, ele acontece. Acontece na rotina, no sutil, no astro que está no céu, nos planetas que conversam conosco… mas, principalmente, dentro de nós.
Toda resposta que você quer já está aí. As crenças e o esoterismo nos dão apenas uma orientação mais canalizada. Mas tudo o que você já sabe que quer, está aí dentro. É preciso paciência, tempo, e principalmente, muito respeito à própria intensidade.