É muito comum ouvir de pessoas céticas em relação à astrologia a seguinte pergunta: “Como um planeta pode interferir na vida das pessoas?”. Curiosamente, essas mesmas pessoas costumam enxergar a astrologia apenas pelos signos solares e desconhecem o papel fundamental dos planetas. Mais surpreendente ainda é dizer que, do ponto de vista astrológico, os planetas são até mais importantes do que os signos.
Os planetas representam forças que regem diferentes áreas da vida; os signos são apenas a forma como essas energias se expressam. Por exemplo, Mercúrio governa a comunicação — sua função é mostrar como colocamos nossa voz no mundo. O signo onde Mercúrio está indica o estilo dessa expressão, mas o propósito do planeta continua o mesmo. Assim ocorre com todos os corpos celestes.
Quem tem Mercúrio em Gêmeos, por exemplo, costuma ser comunicativo, articulado e ágil, pois o planeta está em exaltação nesse signo — é como se estivesse “em casa”. Já alguém com Mercúrio em Peixes pode ter uma comunicação mais intuitiva, simbólica e, às vezes, nebulosa — o que pode exigir mais esforço para se fazer compreender. Esses contrastes mostram como cada mapa astral é único em suas nuances.
No próximo dia 9 de junho, Júpiter entra em Câncer e estará exaltado, marcando um período especialmente auspicioso — não apenas para quem tem o Sol ou o Ascendente em Câncer, mas para todos que estão abertos a se reconectar com o que lhes nutre. E, claro, é um momento de especial ressonância para quem tem Júpiter em Câncer no próprio mapa.
Mas afinal, quem é Júpiter na astrologia? Se Saturno é o planeta que nos confronta com lições, limites e responsabilidades, Júpiter é aquele que expande, abençoa, favorece. Representa sorte, abundância, crescimento e confiança — não por acaso, é o maior planeta do sistema solar. Ele amplifica tudo o que toca: se estamos em harmonia, ele eleva; se há excesso ou desequilíbrio, ele também pode aumentar isso.
Júpiter em Câncer simboliza a expansão do cuidado, da intimidade emocional, da segurança e da nutrição. É o lar elevado à sua expressão mais generosa. Neste trânsito, somos convidados a crescer a partir do que nos acolhe, do que nos fortalece emocionalmente — nossas raízes, nossos afetos, nossa história. É um momento fértil para construir laços mais profundos, tanto com os outros quanto conosco.
Mas atenção: a mesma energia que expande também pode sufocar, se mal direcionada. Já parou para se perguntar se, em vez de buscar estabilidade, você se apega ao caos? À adrenalina do difícil? Câncer convida à escuta interna, à construção de segurança emocional. Júpiter amplia esse convite — mas é preciso aceitá-lo com consciência.
Apesar de ser um trânsito positivo, ele pode ser desconfortável para quem ainda não aprendeu a acolher o silêncio, a rotina ou o tempo como aliados. Muitas vezes, é na repetição diária e nos pequenos gestos que a vida floresce — não no espetáculo, mas no cuidado constante.
Júpiter permanecerá em Câncer até junho de 2026. É um chamado para se perguntar: onde está o seu lar? E o que você tem feito por ele?
Se hoje você se sente em exílio — emocional, espiritual ou até físico — o que está ao seu alcance para se reconectar com aquilo que te nutre de verdade? Talvez seja hora de desconstruir a ideia de que lar é só um lugar fixo ou uma pessoa específica.
Lar é o que te acolhe sem te prender. É o que te sustenta sem te engessar. É o espaço — interno ou externo — onde você se permite ser inteiro.
E se ainda não encontrou esse lugar, talvez este trânsito seja o começo da sua busca. Porque, às vezes, o lar não é onde a gente começa — é onde a gente se constrói.
