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Sombra

FLUIR: Exposição de Luis Karimai, até 02 de novembro no Salão de Outubro

Foto Reprodução – Acervo Karimai – Salão de Outubr

FLUIR é uma pequena amostra da obra de Karimai. A exposição estará disponível à visitação até o próximo dia 02 de novembro no Crato Tênis Clube, em Crato.

Luís Karimai foi um artista plástico e professor de arte nascido em São Paulo, porém, radicado no Cariri. Suas obras demonstram a sensibilidade do sertão caririense. Chegou a Juazeiro do Norte na década de 70 e se encontrou na região, onde fincou morada. Ao longo de sua trajetória, foram mais de 500 produções do artista, não se sabe ao certo o número de obras com exatidão. O Instituto Karimai surgiu com a ideia de preservar a memória e catalogar as obras de Mestre Karimai em terras caririenses.

É um convite à percepção da condição humana, que nos fala do ordinário no desempenho do trabalho, da exaustão das forças, da solidão imposta, do pudor que castra e do medo que limita. Refere-se às armaduras que impedem, aos espaços que restringem e aos olhos que não veem; limitações de todas as matizes autoimpostas quando nos negamos a olhar verdadeiramente.

Mas é, sobretudo, um convite ao despertar das milhões de possibilidades de viver. É um chamado à felicidade, à fluidez, à beleza e à bondade. Uma mudança de perspectiva para crescer em experiência e vida. Um convite à desautomatização do olhar: é fechar os olhos do cotidiano para ampliar-se na estesia transgressora da arte. Fluir é permitir-se, é viver em flor!
A profusão de cores e aromas das cerejeiras e das glicínias finalmente chegou aos trópicos, em um suave convite às mais diversas explosões de vida. De março a outubro, muitas criaturas foram tocadas por esta viagem global de beleza, germinação e interseções — FLUIR para o novo, florir?!

Junto à primavera, artistas de diversas formas de expressão concentram suas forças em “ramos férteis”, processando o SER e o ESTAR no mundo, problematizando, instigando e fazendo um delicado convite ao despertar. Através de veículos privilegiados de manifestação, que, embora ocultos em diversas metáforas, revelam uma supra-realidade individual. O uno se potencializa e, como um espelho em múltiplas partes triturado, passa a refletir fragmentos, flagrantes de toda a humanidade, do sofrimento e da plenitude que cada um vivencia em sua vida cotidiana.

Meio século do Salão de Outubro: como as flores na primavera, o florescer acontece no solo cariri, ressurgindo o movimento artístico-cultural dos anos 70. Retorna aos palcos com mais potência, maturidade, plenitude e vigor. Se há saudade, comemoração e festividade, há também a certeza de que a vida é movimento, cíclica e agregadora. O sentimento subversivo da arte permanece em essência e emoção, fazendo homenagem a Luís Karimai.

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