Com a proposta de descentralizar a literatura, a 7ª edição da Festa Literária de Mantiqueira — FLIMA — acontece entre os dias 15 e 18 de maio de 2025, e teve sua programação divulgada neste mês de abril.
Nesta terça-feira (15), a coletiva de imprensa foi conduzida pelos produtores e comunicadores do evento: Jéssica Balbino, Cris Fernandes, Roberto Guimarães e Maria Carolina Casati.
Com o tema “Deslocamentos e Pertencimentos”, a edição deste ano presta homenagem ao escritor Milton Hatoum, um dos principais nomes da literatura brasileira contemporânea. Nascido em Manaus, em 1952, Hatoum é autor de romances como Dois Irmãos e Cinzas do Norte, nos quais explora temas como memória, identidade e deslocamento — questões centrais também nesta edição da FLIMA.
Sobre a homenagem, o autor declarou:
“A FLIMA é um evento literário importante e já consolidado. Penso que o tema Deslocamentos, Pertencimentos tem tudo a ver com uma certa tradição romanesca e com questões essenciais do nosso tempo. É uma honra ser homenageado pelo festival”.
Desde sua criação, em 2018, a FLIMA tem como objetivo celebrar a literatura viva, promovendo encontros para refletir sobre questões contemporâneas por meio da arte, da educação e, sobretudo, da palavra escrita — sempre destacando o protagonismo de escritores brasileiros.
Programação
Um dos principais destaques da programação são as 11 mesas literárias no Auditório, que abordarão temas como migração, emergência climática, feminismo, religiosidade e identidade. Entre as atrações musicais estão o alaudista sírio refugiado no Brasil, Rajana Olba, e a cantora e compositora potiguar Juliana Linhares, com o show Nordeste Ficção.
A abertura oficial acontece no dia 15 de abril, às 19h, com o recital Retrato Sonoro de um Certo Oriente, apresentado por Rajana Olba. Em seguida, será realizada a mesa “Distopia americana: Trump e a nova (des)ordem mundial”, com o jornalista internacional Jamil Chade.
Na sexta-feira (16), os debates se iniciam com a mesa Ciência encantada: nos caminhos de Jurema, reunindo o jornalista e escritor Marcelo Leite, que lança em primeira mão o livro A ciência encantada de Jurema (Editora Fósforo).
O sábado (17) será marcado por conversas sobre espiritualidade, deslocamentos forçados e fronteiras literárias, além da aguardada mesa Manaus é um mundo, em homenagem a Milton Hatoum.
Encerrando a programação, no domingo (18), os destaques ficam por conta das mesas A culpa é do feminismo?, com Milly Lacombe e Bianca Santana, e De boba ela não tem nada, com a escritora e roteirista Tati Bernardi, que lança o livro A boba da corte (Editora Fósforo).
Outro ponto alto da FLIMA 2025 é o formato híbrido do evento, que reforça seu compromisso com a descentralização dos grandes centros urbanos. A festa aposta no encontro entre nomes consagrados, novos autores e aspirantes à escrita, ampliando o acesso à literatura contemporânea brasileira.